Cálculos renais atingem um a cada dez brasileiros. Progressão da doença pode levar ao comprometimento da função renal, podendo ser necessária a cirurgia para remoção do órgão.
O Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC), administrado pela Fundação São Francisco Xavier (FSFX), em Itabira, região leste de Minas Gerais, realizou, no dia 9, a primeira nefrectomia total da unidade, uma cirurgia para remoção completa do rim. A cirurgia foi realizada em uma paciente com quadro de infecção decorrente do agravamento de cálculos renais.
O procedimento durou cerca de três horas e contou com uma equipe multidisciplinar da FSFX, liderada pelos urologistas Rodolfo Ribeiro Gonzaga e Olívia Santos Garcia, e a presença de dois enfermeiros, um anestesista e um instrumentador. “A nefrectomia é uma cirurgia complexa. A retirada pode ser de somente uma parte do órgão ou de todo o rim. Geralmente ela é indicada para casos de tumores renais, rins sem função que causam dor, infecção, hipertensão arterial ou doação de um rim para um familiar”, explica Ribeiro.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), uma a cada dez pessoas possui cálculo renal, ou pedra nos rins, como é conhecida. Essas pedras são formações endurecidas que se formam nos rins ou nas vias urinárias e são resultantes do acúmulo de cristais existentes na urina. Entre as causas mais comuns para a predisposição estão fator genético, dietas ricas em proteína e sal e baixa ingestão de líquidos.
Com 61 anos, a dona de casa Hilda dos Santos é uma das milhões de pessoas no Brasil que sofrem de cálculos renais. Moradora de Barão de Cocais, a cerca de 70 km de Itabira, ela foi transferida para o HMCC e ficou três dias na UTI para tratar uma infecção. Depois de melhorar do quadro infeccioso, ela foi submetida a uma cirurgia de emergência para retirada do rim.
Segundo o Dr. Rodolfo Ribeiro, o cálculo renal foi progredindo e obstruiu o rim direito da paciente. “Nesses casos, o mais indicado é tratar a infecção e retirar o rim por meio de cirurgia aberta de grande porte. O procedimento foi um sucesso e agora, ela poderá ter uma vida totalmente normal, incluindo atividade física, em dois meses”, comenta.
A manicure Erineide Aparecida dos Santos, filha de dona Hilda, conta que a mãe descobriu que tinha pedras nos rins em 2018 e que precisaria de uma cirurgia para retirá-las. “Durante a pandemia, o quadro dela se agravou. Ela tinha fortes dores nas costas, dificuldade para andar, dor nas pernas. Ficou de cama quase um mês. Chegou até a tomar morfina. Depois descobrimos que o rim direito dela parou de funcionar. Graças a Deus deu tudo certo com a cirurgia e ela está bem. Estamos sendo muito bem atendidas. O que mais queremos agora é que ela tenha qualidade de vida e viva sem dores”.
Diagnóstico precoce
O especialista alerta sobre o diagnóstico precoce e ressalta que os cálculos podem apresentar-se de forma silenciosa, sendo identificados apenas por exames de imagem ou com quadro de cólica renal ou episódios de dor abdominal/lombar aguda. “Por isso é tão importante o diagnóstico precoce. O quanto antes a doença é descoberta, mais fácil será o tratamento”, completa.
Para prevenir os cálculos renais é importante adotar hábitos saudáveis, como aumentar o consumo de água, diminuir o sal da comida, praticar atividades físicas, comer menos carne vermelha e aumentar a ingestão de sucos cítricos.
Sobre a FSFX
A Fundação São Francisco Xavier, braço da Usiminas nas áreas de Saúde e Educação, é uma entidade beneficente de assistência social, reconhecida pelo Ministério da Previdência e Assistência Social. Atuando desde 1969, a FSFX conta com mais de seis mil colaboradores e está presente em cinco estados brasileiros. Administra quatro unidades hospitalares, em Ipatinga, Timóteo e Itabira (MG), com uma gestão marcada pela responsabilidade, pela oferta de atendimentos de excelência e pelas melhores práticas de segurança, além de contabilizarem mais de 70% de seus atendimentos feitos a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A Fundação administra um dos mais modernos centros de oncologia do país: a Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga. A Unidade é referência para 67 municípios do leste de Minas Gerais e para uma população de aproximadamente 1,3 milhão de habitantes. Mais de 80% dos atendimentos são dedicados aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).