Pandemia reduziu em 26% os diagnósticos de câncer de próstata, bexiga e rim no ano passado. Dados preocupam especialistas já que a doença tem maiores chances de cura quando descoberta em estágios iniciais.
Novembro chegou trazendo à tona uma das maiores campanhas de conscientização quanto à saúde masculina e o câncer de próstata, tipo mais comum de câncer entre os homens e segundo em mortalidade. O Novembro Azul ressalta a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata e também acende um debate fundamental sobre o comportamento masculino em relação à saúde. Somente em 2021, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que mais de 65 mil homens sejam diagnosticados com a doença no Brasil. No país, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata.
“Neste ano, a sociedade médica, deve reforçar o alerta para a realização de consultas e de exames. Apesar da vacinação contra a covid-19 estar avançada, é imprescindível reforçar a necessidade do diagnóstico precoce e de manter o tratamento”, comenta Fernando Roberto Bicalho Fonseca, urologista da FSFX.
A grande preocupação é com a detecção precoce do câncer de próstata. No ano passado, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), os diagnósticos de câncer de próstata, rim e bexiga caíram mais de 26%. O exame de PSA (dosagem de antígeno prostático específico) usado na identificação do câncer de próstata apresentou um declínio de 30%. A diminuição de exames de rastreamento de câncer de próstata, usando o teste de antígeno específico da próstata (PSA), resultou em aumentos recentes no diagnóstico de doença metastática, de acordo com um estudo que foi apresentado no Simpósio de Câncer Genitourinário da ASCO.
“Não realizar o exame ou temer a consulta por conta da pandemia é um grande risco. O câncer de próstata é um tumor silencioso, não apresenta sinais no início e quando é descoberto, em vários casos, o estágio já está avançado, quando as chances de cura são bem menores. Daí a importância da detecção precoce”, explica o urologista.
Segundo Dr. Fernando, o câncer de próstata é uma das doenças mais impactantes para o homem. “A Sociedade Brasileira de Urologia orienta que homens com fatores de risco como histórico de câncer de próstata ou de mama na família, raça negra e obesidade devem realizar os exames de sangue PSA e de toque a partir dos 45 anos e os demais a partir dos 50 anos”.
O câncer de próstata tem maior incidência em homens idosos. Seis em cada dez casos são diagnosticados em homens com mais de 65 anos, mas isso não indica que aqueles com menos idade estejam livres da doença. No entanto, com a população cada vez com maior expectativa de vida, as chances de um homem adulto desenvolver o câncer de próstata são muito grandes. Um em cada nove homens será diagnosticado com esse tipo de tumor durante a vida, de acordo com o Inca.
Novembro Azul
Criado em 1993 na Austrália, o movimento Novembro Azul pegou carona no Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, celebrado em 17 de novembro. Os símbolos da campanha são a cor azul e o bigode ao estilo do personagem Mário Bros.
No Brasil, a campanha teve início em 2008, sendo organizada pela Sociedade Brasileira de Urologia e pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. No país, o movimento ganhou contornos ainda maiores, sendo que além de promover a conscientização pela prevenção do câncer de próstata e a detecção precoce, incentiva os homens a cuidarem da sua própria saúde.
“A intenção é de que os homens sejam mais disciplinados com a sua saúde. O comportamento masculino nestes casos, é bem diferente das mulheres, que são mais adeptas aos consultórios médicos e à realização de exames. É notório que precisamos incentivar cada vez mais uma conscientização sobre esse cuidado”, explica o urologista.
FSFX
A Fundação São Francisco Xavier aderiu à Campanha Novembro Azul. Durante todo o mês, o Colégio São Francisco Xavier, o Centro de Odontologia Integrada e todos os cinco hospitais administrados pela entidade estão com as fachadas iluminadas de azul para promover o alerta da doença.
Todos os colaboradores da Fundação receberam adesivos de um dos símbolos da campanha, o bigode ao estilo Mário Bros. Nas redes sociais da entidade, o avatar faz alusão à Campanha e vários vídeos informativos sobre o tema serão disponibilizados.