Agência Internacional de Energia alerta para emissões recordes em 2023

(Foto: Pixabay)

“Estimamos que a implementação total e oportuna das medidas de recuperação econômica anunciadas até o momento resultaria em emissões de CO2 subindo para níveis recordes em 2023, continuando a aumentar depois disso”. A frase anterior consta em relatório divulgado nessa terça-feira (20) pela Agência Internacional de Energia (IEA).

O documento indica o cenário preocupante do planeta Terra em meio aos cada vez mais constantes impactos da mudança climática em diversos países, como fortes ondas de calor no Canadá, enchentes graves em nações da Europa e uma crise hídrica no Brasil, somente para citar exemplos de 2021. A publicação deixa claro que investimentos em energias renováveis já anunciados ainda são insuficientes para impedir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

O relatório analisa dados relativos a planos econômicos após a pandemia de COVID-19, que atormenta todo mundo desde o primeiro trimestre de 2020. A IEA informa que somente 2% das ações anunciadas após março do ano passado foram destinadas para geração de fontes limpas de energia.

O IEA ainda argumenta que o esforço deve ser três vezes maior para evitar o cenário projetado para 2023 e zerar as emissões líquidas até 2050. O relatório ainda foca nos países ocidentais para que ações sejam tomadas neste sentido.

“Essa seria a única forma de limitar o aumento da temperatura global em 1,5 ºC até o final de 2100, compromisso assumido por quase 200 nações no Acordo de Paris e que é considerado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) como fundamental para evitar as consequências mais catastróficas do aquecimento global”, diz nota do Observatório do Clima sobre o estudo.

O documento coloca nova pressão sobre os governos, especialmente tendo em vista a aproximação da COP 26. A redução de emissões de GEE e fomento à energia sustentável serão pontos centrais da 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática, em novembro deste ano na Escócia, em Glasgow.

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